Superação pauta manhã desta terça do 2˚ Seminário Internacional de Acessibilidade
6 de agosto de 2013, às 14h33 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos
O segundo dia do 2˚ Seminário Internacional de Acessibilidade do CREA-PR começou com o bloco Superação, iniciado com a palestra do jornalista Rafael Bonfim, que apresentou o projeto Super Normais. Formado por um grupo de quatro pessoas, o projeto tem a proposta de levar ao grande público uma nova forma de debate sobre a inclusão da pessoa com deficiência.
Os SuperNormais ministram palestras em escolas, hospitais, universidades, empresas e instituições, abordando sempre como tema principal a inclusão da pessoa com deficiência. Como suporte a esse trabalho, tiras de histórias em quadrinhos assinadas pelo ilustrador Rafael Camargo postadas no site www.supernormais.com.br, que difundem uma postura madura em relação à inclusão da pessoa com deficiência.
“Queremos democratizar essa discussão, levando as questões ligadas à inclusão para qualquer ambiente de debate. Nossa iniciativa é abordar o tema de forma mais holística, falando também de preconceito, respeito às diferenças, resiliência, padrões estéticos, saúde preventiva e relação entre pacientes e médicos, entre outros”, explicou Bonfim.
A secretária Especial dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Curitiba, Mirella Prosdócimo, falou em seguida sobre sua história e o acidente sofrido aos 17 anos, em 1992, que ocasionou uma lesão medular que a fez perder todos os movimentos do corpo. “Passei por uma grande mudança física e psicológica para me adequar a esta nova realidade e aceitar esta condição”, disse. Formada em Letras, com especialização na área de inclusão e educação especial, Mirella assumiu a Secretaria no começo deste ano e falou sobre a articulação que vem sendo feita com as demais pastas, como a Secretaria de Obras e de Urbanismo. “Queremos melhorar equipamentos públicos e assegurar que todo equipamento que venha a ser construído a partir de hoje contemple os quesitos da acessibilidade”, disse. “Nossa gestão colaborativa passa também pelo diálogo com a Engenharia, pois estes são os principais agentes que garantem a nossa inclusão”, encerrou.
O instrutor e professor de Língua Brasileira de Sinais (Libras), Orceni Antunes de Matos abordou a questão da Acessibilidade na Área da Surdez, iniciando sua fala explicando a diferença entre deficiência auditiva e surdez. A primeira diz respeito a pessoas que eram ouvintes e não escutam mais por algum motivo, a segunda se refere a quem nunca foi ouvinte. O Brasil, com população de 9,7 milhões de deficientes auditivos, apresenta alguns avanços na acessibilidade para surdos, como a instituição das Libras, pela portaria n˚ 10.436, de abril de 2002, como principal maneira de comunicação dos surdos; e a portaria n˚ 1.679, de 1999, que garante a presença do intérprete em instituições de ensino superior. Matos exibiu ainda outras conquistas da comunidade surda, como alarmes e campainhas domésticas com aviso visual, telefone e babás eletrônicas que emitem sinal sonoro, entre outros.
A última palestra da manhã foi proferida pela coordenadora do programa Gestão para a Inclusão do Sesi-PR, Regiane Ruivo Maturo, sobre Inclusão no Trabalho, abordando as diversas dimensões da acessibilidade: programática, natural, arquitetônica, atitudinal, comunicacional, instrumental e metodológica.
Ao término das palestras, os presentes foram encaminhados às oficinas técnicas sobre acessibilidade urbana (calçadas e arborização), com apresentação dos Projetos Copel e Maringá; sobre mobilidade urbana, com participação do assessor de políticas públicas do CREA-PR, engenheiro civil Valter Fanini e do engenheiro civil Newton Rutz; e sobre obtenção de recursos, abordando o painel Linhas de Recursos para Acessibilidade do Banco do Brasil (por Dirceu Luiz Tessaro) e Linhas de Recursos para Acessibilidade da Caixa Econômica Federal (por Luiz Carlos Costa Formigari).
Parte do público participou de uma vivência em acessibilidade conduzida pela Secretaria Especial dos Direitos da Pessoa com Deficiência em conjunto com o CREA-PR, com o intuito de mostrar aos profissionais as dificuldades vivenciadas cotidianamente pelas pessoas com deficiência, a partir da utilização de vendas nos olhos, bengalas, cadeiras de rodas. A proposta é sensibilizar estes profissionais e a sociedade em geral sobre a importância de incluir em obras e serviços os dispositivos de acessibilidade.
Por Daniela Licht
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