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Acesso em 29/03/2024 às 05h44.

Presidente do Crea-PR participa de simpósio da Fisenge

28 de abril de 2017, às 11h04 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos

O presidente do Crea-PR, engenheiro civil Joel Krüger, participou ontem (27), em Salvador, do 2º Simpósio SOS Brasil Soberano. O evento é uma iniciativa do Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro (Senge-RJ) e da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge) e a edição de Salvador foi coordenada pelo Sindicato dos Engenheiros da Bahia (Senge-BA) e pelo Sindicato dos professores da Instituições Federais de Ensino Superior da Bahia (Apub), tendo com tema central Engenharia, Tecnologia e aproveitamento dos recursos naturais do Brasil.

Presidente do Crea-PR ao lado do presidente da Fisenge, Clóvis Nascimento e do presidente do Senge-BA, Ubiratan Félix

A cerimônia de abertura contou com a presença do presidente do Senge-BA, Engenheiro Civil Ubiratan Félix, a presidenta da Apub Sindicato Luciene Fernandes, Eleonora Mascia, da Federação Nacional de Arquitetos e Urbanistas/FNA, o presidente do Instituto Politécnico da Bahia Caiuby Alves, o presidente da Fisenge Clóvis Nascimento, o presidente do Crea-BA, Marco Amigo, a deputada estadual Maria del Carmen, Tatiana Dumêt, Diretora da Escola Politécnica e Manoel Barretto – Ex-presidente da CPRM, ex-diretor do Senge/BA e Fisenge, Coordenador do SOS Brasil Soberano.

País soberano

A primeira Mesa, intitulada “O papel das Empresas Estatais e Privadas no país Soberano” tratou de temas relacionados ao desenvolvimento econômico e industrial brasileiro e como este estaria atrelado à diminuição das desigualdades sociais.

Historiador Valter Pomar

O professor e historiador Valter Pomar expôs em sua fala que o Brasil é um país no qual o capitalismo se caracterizou pela superexploração da força de trabalho e pela subordinação dos capitais de médio e pequeno porte aos oligopólios. Para ele, é o foco na busca por igualdade, no sentido de justiça social, que nos permitirá atingir a soberania e a democracia. “Sem igualdade não temos coesão social. E se não temos coesão social, não temos soberania. Temos imensa capacidade de produção científica e tecnológica e não é aproveitada. Estamos em um momento de reinventar a sociedade”

O geólogo e um dos responsáveis pela descoberta do pré-sal, Guilherme Estrella, explorou o lugar no Brasil na geopolítica mundial destacando que a situação atual de desmonte de setores estratégicos para o desenvolvimento econômico tem origem também em interesses internacionais. Ele faz um breve histórico do papel tradicionalmente secundário ocupado pelo país durante as grandes revoluções industriais – “o Brasil não participou da primeira revolução industrial porque não tinha carvão”; “metade do século XX foi o ‘café-com-leite’”, exemplificou – e enfatizou que o pré-sal é uma oportunidade para mudar essa lógica. Mas alertou: “o pior que pode acontecer a um país é deixar que suas oportunidades se transformem em ameaça”.

Projeto Nacional

Iniciando com uma chamada aos sindicatos sobre a necessidade de ir além das pautas corporativas, Luís Fernandes (professor do Instituto Rio Branco, do Ministério das Relações Exteriores), apontou que, especialmente na área da engenharia, o destino da categoria depende do projeto nacional. Sua exposição tratou da importância do reconhecimento das empresas privadas como integrantes do poder nacional. Ele criticou a criminalização de empresas que representam os interesses do Brasil no exterior e alertou que para socializar riquezas é necessário primeiro produzi-las.

Abordando a necessidade de desenvolvimento e crescimento tecnológico e industrial, o contra-almirante e Engenheiro Naval Alan Paes Leme, apontou que a indústria brasileira não tem sido capaz de suprir a sociedade como um todo. Usando especialmente exemplos oriundos da sua experiência na indústria naval, Paes Leme alertou para a situação de importador de tecnologia do Brasil; para ele, o país precisa investir em inovação e em novos sistemas de organização da produção para ser capaz de ascender.

A mesa foi encerrada com a participação do jornalista Fernando Brito que iniciou apontando o mito de que as empresas estatais tendem a ser mais corruptas que as privadas. Ele afirmou que, no cenário atual, é possível a convivência do estatal e do privado, até porque a política do estado é essencial para o setor privado.

(Com informações da Assessoria de Comunicação da Fisenge e Senge-BA. Fotos – Ana Paula Bispo)