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Acesso em 29/03/2024 às 07h21.

Abril Verde – Caldeiras: funcionamento a todo vapor requer cuidados

Para reduzir os riscos de acidentes com caldeiras, atenção deve estar voltada para a manutenção, calibrações dos instrumentos de segurança e inspeções periódicas

30 de abril de 2020, às 8h00 - Tempo de leitura aproximado: 4 minutos

No mês em que é celebrado o Abril Verde, voltado à conscientização da importância da segurança do trabalhador, o conselheiro e coordenador da Câmara de Engenharia Mecânica e Metalúrgica do Crea-PR, Engenheiro Mecânico e de Segurança do Trabalho Douglas Moeller Diener, reforça os cuidados com a aquisição, instalação, inspeção e manutenção de caldeiras.  A falta destes cuidados e a operação incorreta podem resultar em acidentes de trabalho e até em mortes.

Segundo ele, todas as caldeiras ou geradores de vapor, que somam mais de centenas no Estado, – utilizados na sua grande maioria em indústrias, hospitais, hotéis e lavanderias – devem ser instalados de acordo com a NR-13 (Norma Regulamentadora 13). Na fase de aquisição, a dica é comprar de empresas conhecidas no mercado, com bom histórico de fabricação, assistência técnica e pós-venda. Além disso, a empresa e seu responsável técnico precisam ter registro junto ao Crea.  Os cuidados ainda devem estar voltados para as manutenções, calibrações dos instrumentos de segurança, inspeções periódicas, tratamento de água, combustível de boa qualidade, entre outros itens.

A inexistência destes cuidados pode resultar em riscos graves e até fatais, como a explosão do equipamento que, além de danificar as estruturas prediais, pode resultar em óbitos. “Danos provocados pela explosão de uma caldeira serão muito mais agressivos que uma explosão de um reservatório contendo ar, por exemplo, de mesmo volume e mesma pressão. Isso ocorre porque na explosão de uma caldeira grande, parte da energia será liberada na forma de calor, provocando o aquecimento do ambiente”, alerta o Engenheiro Mecânico Roberson Roberto Parizotto, inspetor do Crea-PR.

No Estado, conforme Diener, não existem estatísticas sobre acidentes com caldeiras. “Creio que a maioria dos acidentes ocorre pela falta de manutenção ou pelo fato de ser feita de forma precária – com a preferência da manutenção corretiva ao invés da preventiva -, pelo tratamento de água de alimentação deficiente, pela ausência de inspeção e de calibragem dos instrumentos”, comenta, ao afirmar que muitos operadores de caldeiras não são devidamente qualificados. “Alguns cursos não atendem integralmente à NR-13, que exige que os alunos tenham uma parte teórica e um estágio obrigatório. Existem ainda cursos oferecidos na modalidade a distância, o que é vedado pela norma. Infelizmente, as empresas que contratam estes profissionais não conferem ou não têm conhecimento da legislação”, reforça.

São indicados como profissionais aptos para o projeto de instalação, inspeção e manutenção de caldeiras os Engenheiros Mecânico, Naval ou Industrial/Mecânico. Com relação à fiscalização, cabe ao Crea-PR a função de verificar se o serviço tem um profissional habilitado e se a ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) foi emitida.

Na região Oeste do Paraná, existem cerca de 200 caldeiras e o setor do agronegócio é um dos que mais utilizam caldeiras a vapor. Segundo o gerente do Crea-PR da Regional Cascavel, Geraldo Canci, as maiores irregularidades encontradas nas fiscalizações das caldeiras na região Oeste estão relacionadas à documentação.

Em 2019, o Conselho gerou 14 relatórios de fiscalização na região sendo que oito caldeiras estavam irregulares devido à falta de responsável técnico ou de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). “A inspeção das caldeiras ocorre quando é verificado que o registro venceu e não houve um novo pedido de ART”, explica.

Comercialização de usadas

Em alguns sites é possível encontrar caldeiras usadas à venda, o que não é proibido, conforme o Engenheiro Douglas explica. No entanto, as reformas devem ser feitas por empresas legalmente constituídas para este fim, com registro no Crea e com registro do responsável técnico da empresa, além do fornecimento da ART e das demais documentações exigidas pela NR-13. “O equipamento usado ou reformado deve estar acompanhado do livro de registro e dos relatórios das últimas inspeções”, acrescenta. “A sugestão é que, antes de efetuar a compra de uma caldeira usada ou reformada, o interessado contrate um profissional habilitado para avaliar o seu estado de conservação, seu operacional, a determinação da Pressão Máxima de Trabalho Admissível (PMTA) e a vida remanescente do produto, entre outros itens”, diz.

Live do Abril Verde

Em comemoração ao mês da Segurança do Trabalho, o Crea-PR realizará uma live sob o tema “A Segurança do Trabalho no cenário do Coronavirus”, com o presidente em exercício do Crea-PR, Eng. Agr. e de Seg. Trab. Osvaldo Danhoni, o presidente e vice-presidente da APES (Associação Paranaense de Engenheiros de Segurança do Trabalho), Eng. Seg. Trab. Roberto Serta e Eng. Seg. Trab. Rodrigo Meister de Almeida, o coordenador-adjunto da Câmara Especializada de Agrimensura e Engenharia de Segurança do Trabalho, Eng. Seg. Trab. Nilton Camargo Costa, e o Eng. Seg. Trab José Luiz de Souza.

A live acontecerá nesta quinta-feira (30), e será transmitida no Facebook do Crea-PR, às 19 horas, participe!


Comentários

  1. Carlos Alberto dos Santos says:

    Sou Engº Responsável de uma empresa de manutenção de Caldeiras é de extrema necessidade que as empresa que possuem este equipamento faça sua manutenção periodica não pela fiscalização e sim para segurança de seus colaboradores e da sua propria empresa,caso haja interesse favor entrar em contato que estarem de pé e a ordem para melhor lhe atender.

  2. jose carlos moretes do amaral says:

    A Falta de fiscalização nas empresas por parte do ministério do trabalho , já vem sendo sentida a algum tempo , para nós que atuamos na consultoria ,assessoria , e prestação de serviços na área de prevenção de acidentes com vasos sob pressão , além de NR 12 NR 10 entre outros , Nos clientes mais conscientes ainda verificamos 4 a 5 anos que não tem vistoria em seus livros de inspeção.

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