Mulheres nas Engenharias, Agronomia e Geociências: desafios, conquistas e a luta por mais espaço
8 de março de 2025, às 12h00 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos

As mulheres representam 51,5% da população brasileira, mas ainda enfrentam desafios para ocupar espaços em áreas tradicionalmente masculinas, como Engenharia, Agronomia e Geociências. Segundo a ONU Mulheres, apenas 35% dos profissionais das áreas de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática são mulheres. Esse cenário se reflete no Sistema Confea/Crea, onde apenas 20% dos profissionais registrados são do sexo feminino. No Paraná, essa porcentagem é ainda menor: apenas 16% dos profissionais registrados no Crea-PR são mulheres.
Essa realidade começa ainda na escolha da profissão. No Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), 52% dos candidatos são mulheres, mas apenas 18% delas optam por cursos de Engenharia, Agronomia ou Geociências. O número mostra que, apesar da crescente presença feminina em diferentes áreas do conhecimento, ainda há barreiras culturais e estruturais que afastam as mulheres dessas carreiras.
Desafios no mercado de trabalho
Mesmo após a graduação, a presença feminina nos setores de Engenharia, Agronomia e Geociências continua sendo marcada por desafios. A desigualdade salarial, a falta de oportunidades em cargos de liderança e o preconceito são obstáculos enfrentados diariamente por mulheres que escolhem atuar nessas áreas. Muitas vezes, elas precisam provar sua competência repetidamente para obter o mesmo reconhecimento profissional que seus colegas homens.
Além disso, há dificuldades estruturais, como a ausência de políticas de apoio à maternidade e a baixa representatividade feminina em espaços de tomada de decisão. A luta das mulheres nesses setores não se resume apenas a ocupar postos de trabalho, mas também a transformar a cultura corporativa e acadêmica para que a equidade seja uma realidade.
Conquistas e avanços: o papel do Crea-PR
Apesar dos desafios, as mulheres vêm conquistando cada vez mais espaço. Desde 2017, o Crea-PR tem um importante aliado na luta pela valorização feminina: o Comitê Mulheres, criado para promover a equidade de gênero dentro do Sistema.
Entre as iniciativas desenvolvidas pelo Comitê, destaca-se o Prêmio Crea-PR Enedina Marques, que anualmente homenageia mulheres que se destacam nas Engenharias, Agronomia e Geociências. A premiação não apenas valoriza a atuação profissional feminina, mas também incentiva a participação de mais mulheres no setor.
Outra iniciativa relevante é o Selo de Boas Práticas no Combate à Violência contra Mulheres, uma certificação realizada em parceria com o Governo do Estado do Paraná, ABNT e Instituto Nós Por Elas, que reconhece empresas comprometidas com a prevenção e combate à violência contra a mulher no ambiente profissional. O Crea-PR também incentiva a participação feminina em eventos, palestras e debates, reforçando a presença e a liderança das mulheres no setor.
O futuro da equidade no setor
Os avanços obtidos nos últimos anos devem ser celebrados, mas ainda há um longo caminho a percorrer para garantir mais oportunidades às mulheres. A mudança passa pelo incentivo à participação feminina desde a base educacional, por políticas que promovam ambientes de trabalho mais igualitários e pelo combate ao preconceito estrutural.
A presença feminina nas Engenharias, Agronomia e Geociências é fundamental para trazer novas perspectivas, inovação e mais diversidade ao setor. O Crea-PR segue firme no compromisso de apoiar e incentivar essa transformação, trabalhando para que cada vez mais mulheres possam trilhar carreiras de sucesso nessas áreas.
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